Pico Paraná: Conheça o Ponto Mais Alto da Região Sul do Brasil
O Pico Paraná é o ponto mais alto da Região Sul do Brasil, com 1.877 metros de altitude, localizado na Serra do Ibitiraquire, à leste do estado do Paraná. Considerado um ícone do montanhismo nacional, atrai aventureiros de todo o país em busca de trekking, escaladas, acampamentos, travessias, paisagens deslumbrantes e contato profundo com a natureza.
Com trilhas exigentes e cenários impressionantes, o Pico Paraná proporciona uma experiência única para quem busca superar limites e apreciar vistas panorâmicas inigualáveis. Sua imponência e importância fazem dele um destino imperdível para amantes de aventura, montanhistas experientes ou iniciantes que desejam conhecer um dos marcos naturais mais notáveis do Brasil.
História e Curiosidades do Pico Paraná
Origem do nome e descobertas históricas
O nome Pico Paraná foi atribuído pelo geógrafo Reinhard Maack em 1941, inspirado no estado onde a montanha se localiza. Antes disso, a região era conhecida apenas por moradores e exploradores locais. Durante muito tempo, acreditava-se que o Pico Marumbi era o mais alto da região, até que medições confirmaram a supremacia do Pico Paraná.
A descoberta do seu real potencial como destino de montanhismo começou a ganhar destaque na década de 1940, com expedições pioneiras que mapearam as trilhas. Esse marco impulsionou o interesse por novas ascensões e pelo estudo do ecossistema da Serra do Ibitiraquire.
Hoje, além de referência para montanhistas, a montanha é um símbolo natural do Paraná, representando a grandeza e a diversidade das paisagens do Sul do Brasil.
Primeira ascensão registrada e exploradores pioneiros
A primeira ascensão oficial do Pico Paraná aconteceu em 13 de julho de 1941, liderada por Reinhard Maack, Rudolf Stamm e Alfred Mysing. Essa expedição foi fundamental para confirmar sua altitude e consolidar sua posição como o ponto mais alto da Região Sul.
As condições da época eram bastante desafiadoras: não haviam trilhas demarcadas, equipamentos modernos ou recursos de navegação precisos. A escalada foi feita com técnicas rudimentares, exigindo coragem, resistência e habilidades de orientação.
A conquista abriu caminho para que novas expedições explorassem a região, impulsionando a prática do montanhismo esportivo no Brasil. O feito é lembrado como um marco histórico da exploração e da aventura em território nacional.
Relevância cultural e ambiental para o Paraná e para o Brasil
O Pico Paraná não é apenas um atrativo para aventureiros; ele também possui relevância ambiental, abrigando ecossistemas preservados que contribuem para a biodiversidade da Mata Atlântica. Sua área é lar de espécies raras de fauna e flora, muitas ameaçadas de extinção.
Culturalmente, o pico representa a força e a identidade do povo paranaense, figurando em relatos, fotografias e projetos de conservação. É um símbolo de superação e de conexão com a natureza. A preservação da região é prioridade para manter seu valor histórico, ecológico e turístico, garantindo que futuras gerações possam contemplar e explorar suas belezas de forma sustentável.
Características Geográficas e Ambientais

Taipabuçu e Ferraria
Localização exata e altitude oficial
O Pico Paraná está situado na Serra do Ibitiraquire, entre os municípios de Antonina e Campina Grande do Sul, no estado do Paraná. Com 1.877 metros de altitude, é o ponto mais alto da Região Sul do Brasil e um dos mais imponentes do país.
Cercado por vales profundos, vegetação exuberante preservada e grandes picos ao redor como o Pico Caratuva, Pico Itapiroca e Pico Ferraria, o majestoso Pico Paraná compõe a serra do Ibitiraquire, formando um cenário impressionante. Sua localização estratégica oferece vistas panorâmicas que se estendem até o litoral em dias claros.
Clima e condições meteorológicas ao longo do ano
O clima na região do Pico Paraná é marcado por variações bruscas, podendo mudar rapidamente ao longo do dia. No verão, as temperaturas são amenas, mas as chuvas são mais frequentes. No inverno, o frio pode ser intenso, com registros de geadas e temperaturas negativas. Essas condições exigem planejamento cuidadoso, incluindo roupas e equipamentos adequados e atenção à previsão do tempo antes da subida, já que a trilha é longa e é considerada bastante perigosa.
Riscos naturais e cuidados necessários
Entre os principais riscos estão neblina densa, chuvas repentinas e trechos escorregadios. A exposição ao vento forte em áreas mais altas também é comum, exigindo atenção redobrada.
Apesar da trilha ser bem marcada, existem trechos de bifurcação para outros picos da serra. É comum alguns trilheiros desatentos pegarem o caminho errado, para outra montanha indesejada! Para reduzir perigos e perdidas, é essencial atenção à sinalização, usar equipamentos adequados e respeitar limites físicos. Preparação e cautela são fundamentais para uma experiência segura no Pico Paraná.
A Trilha

Ponto de partida e como chegar até lá
O acesso regular ao Pico Paraná é feito pela Fazenda Rio das Pedras onde se estacionam os carros, no município de Campina Grande do Sul, a cerca de 60 km de Curitiba. A partir dela, inicia-se a trilha OBRIGATORIAMENTE na Base do IAT (Instituto Água e Terra), que controla a entrada e fornece orientações. Esse acesso é o único autorizado pelo órgão gestor estadual e qualquer outro acesso ao parque é proibido.
Para este trecho da Serra do Ibitiraquire, a partir da Base do IAT, a trilha é a mesma que segue para o Pico Itapiroca, Taipabuçu, Ferraria, Caratuva, Morro dos Camelos, Pico Paraná, Tupipiá e Ibitirati. É uma jornada de 6 a 8 horas até o cume, com subida constante, boa sinalização e pontos de descanso ao longo do percurso. Após cerca de 1 hora e meia de caminhada, chega-se ao pequeno morro chamado Morro do Piolho (popular Morro Getúlio). Bom ponto de parada para um lanche. Dali, segue-se até à primeira bifurcação, onde o trilheiro escolhe subir o PP via “Trilha Principal” ou via “Trilha da Conquista” passando pelo cume do Caratuva.
Pela trilha principal o percurso é exigente, com trechos de subida íngreme no início, em meio à muitas raízes de grandes árvores, porém é mais curta do que pela “Trilha da Conquista”, que recebeu esse nome por ter sido utilizada na primeira ascensão oficial ao cume, em 1941. Essa, é mais longa mas oferece vistas panorâmicas da serra e a oportunidade de alcançar o cume do Pico Caratuva, o segundo mais alto do Paraná, antes de descer para o trecho de encontro conhecido por A1 (1º ponto de acampamento).
Dali pra frente, no terço final da trilha, o trilheiro tem que encarar subidas bastante íngremes, com auxílio de grampos na rocha e também algumas aderências. A trilha é única novamente, sem derivações até a bifurcação para o Morro dos Camelos. Depois, passando pelo A2 (2º ponto de acampamento), segue-se em subida íngreme com vários trechos perigosos com grande exposição, em trilha única novamente pela belíssima crista do conjunto Ibitirati até chegar ao cume do Pico Paraná, à 1877m de altitude.
É uma jornada árdua subir o PP, mas o visual é recompensador. Uma sugestão é iniciar a trilha às 23:00 do dia anterior, caminhar de madrugada para ver o espetacular nascer do sol no cume.
Ambas as opções demandam planejamento, preparo físico e atenção às condições climáticas antes da subida. Chegar no Pico Paraná exige preparo físico e psicológico. A trilha é recomendada para montanhistas experientes.
Conclusão
O Pico Paraná é um destino que combina desafio, beleza e contato profundo com a natureza. Sua imponência e relevância histórica o tornam um marco do montanhismo brasileiro, atraindo aventureiros dispostos a superar limites e contemplar paisagens únicas da Serra do Ibitiraquire.
Visitar o ponto mais alto da Região Sul exige preparo e respeito ambiental, mas a recompensa é inesquecível. Entre trilhas exigentes e vistas deslumbrantes, a experiência no Pico Paraná inspira a valorização da natureza e o incentivo a práticas responsáveis para preservar esse patrimônio para as próximas gerações.